Gestantes ansiosas apresentam alterações no eixo HPA (eixo hipotálamo-pituitária-adrenal). Uma das funções desse eixo é regular nosso estado de estresse agudo. Pessoas que sofrem estresse crônico, como a ansiedade, esse eixo está desregulado, ou seja, tende a “funcionar menos” e os níveis de cortisol (conhecido como hormônio do estresse) fica aumentado.
Durante a gravidez, a placenta produz uma enzima 11 beta hidroxidesidrogenase tipo 2 que impede que altos níveis de corticóides cheguem ao feto, funciona como uma barreira protetora. A ansiedade na gestação diminui a ação dessa enzima e o feto fica mais exposto aos glicocorticóides que em quantidades aumentadas prejudicam o desenvolvimento cerebral.
Um estudo realizado na Noruega, acompanhou crianças até 2 anos de idade e mostrou que crianças de mães ansiosas têm 2,5 vezes mais prejuízo no desenvolvimento sócio-emocional que inclui a capacidade de responder adequadamente aos estímulos ambientais, aceitar regras, autonomia, empatia e interação social.
Mães ansiosas (e os pais também) tem menor capacidade de avaliar e responder às necessidades emocionais das crianças.
Muitas vezes a ansiedade perinatal é subdiagnosticada mas sua prevalência não é baixa e a co-morbidade com a depressão é bem importante e isso torna o quadro mais grave ainda.