Por que não usar sulpirida (Equilid) na amamentação?
Amamentar não é processo fácil para muitas mulheres. Os bebês não nascem sabendo mamar e as mulheres não sabem, instintivamente, amamentar.
É um processo que exige tanto da mãe quanto do bebê.
Os principais motivos que atrapalham a amamentação são posição errada do bebê, dificuldade na pega, privação de sono, falta de livre demanda, tecidos mamários sadios, confiança que a mulher no seu desempenho ao amamentar e suporte familiar, entre vários outros.
Os galactogogos são substâncias naturais ou medicamentosas que tem a finalidade de aumentar a produção de leite.
Um dos principais galactogogos usados é a sulpirida, cujo nome comercial é Equilid.
A sulpirida é um antipsicótico que tem como efeito colateral aumentar a produção de prolactina pelo bloqueio da dopamina na via túberoinfundibular como cita Stephen Stahl no livro Psicofarmacologia: bases neucocientíficas e aplicações práticas de 2017.
A prolactina, assim como a oxitocina, são os principais hormônios envolvidos na produção e na descida do leite.

Os principais efeitos colaterais nas mães como uso da sulpirida são ganho de peso, tremores, movimentos musculares irregulares, espasmos musculares e inquietação. Tem passagem para o leite em 20%, sendo o aceitável até 10%.
De acordo com um estudos lançado na Cochrane desde ano, existem poucas evidências de que os galactogogos são realmente efetivos para promover o sucesso da amamentação.
Além disso, pelo referenciado site LactMed é pouco provável que a sulpirida ajude na amamentação se a mãe souber as técnicas de amamentação e da extração de leite. Outro ponto é que esta medicação pode causar depressão como efeito colateral.
A Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) não recomenda o uso da sulpirida, bem como o próprio fabricante do Equilid.
A notícia boa é que os estudos têm pouca evidência que mostre prejuízo para o bebê, no entanto, não deve ser usada para os casos de bebês prematuros ou que tenham alguma patologia renal, hepática, cardíaca ou neurológica.
O importante é saber que os galactogogos são sempre a última opção.
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